domingo, 14 de outubro de 2012

Histórico, aplicações e comparativo de eficiência das turbinas


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA







Antônio Ricardo D’araújo Amâncio Oliveira
Keila Menezes
Pedro Henrique Lodde Leal
Ricco Cardoso de Mello Santos
Vagner Sobral Coelho






Histórico, aplicações e comparativo de eficiência das turbinas









Salvador,
2010
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA







Antônio Ricardo D’araújo Amâncio Oliveira
Keila Menezes
Pedro Henrique Lodde Leal
Ricco Cardoso de Mello Santos
Vagner Sobral Coelho



Trabalho solicitado pela disciplina de Equipamentos Industriais ministrado pelo Prof. Claudio Reynaldo como meio de avaliação para os alunos da turma 5822 do curso de Automação e Controle Industrial do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia,.
 
 







  





Salvador,
2010

Resumo

Assim como todos os equipamentos e outros objetos existentes nos dias de hoje, muitos deles embora sejam tidos como novos, já ‘nasceram velhos’ pois são apenas aprimoramentos de ideias que alguem já teve no passado. Com as turbinas não é diferente para tanto este documento tem por encargo expor a historiografia do referido equipamento tão utilizado no ambito industrial, dando destaque tambem as aplicações e ao comparativo de eficiencia das mesmas.


Sumário

Introdução


Histórico 


Aplicação 


Comparativo de eficiência


Conclusão 


Referências bibliográficas


1.0                    Introdução
A historicidade das turbinas é um aspecto muito importante a ser observado de tais equipamentos. Abordar-se-á a partir de então aspectos históricos desses equipamentos a partir de 2000 a.C. (antes de Cristo) até 2009 e tambem será realizado uma explanação sobre a aplicação de cada tipo de turbina, concluindo com um comparativo entre algumas característica dos diferentes tipos de turbina.

2.0 Histórico

Turbina é um equipamento construído para captar e converter energia mecânica e térmica contida em um fluido, em trabalho de eixo. A sua história é um aspecto muito interessante desses equipamentos a ser analisado pois, embora as turbinas propriamente ditas só tenham surgido no período das primeiras décadas que sucederam a revolução industrial, muitas coisas como: as ideias, os princípios, os mecanismos são resultado de séculos de evolução geralmente situados antes da revolução industrial. Isso torna ainda mais rica e interessante a história desses equipamentos de tanta utilidade, sobretudo no meio industrial, nos dias de hoje.

Agora daremos início a nossa viagem no túnel do tempo da história das turbinas, ressaltando que daremos prioridade e foco aos aspectos históricos das turbinas: a vapor, a gás, hidráulica, eólica, aeronáutica.

A história das turbinas começa em algum lugar da história antes de cristo pois os mesopotâmicos e egípcios já tinham algumas tecnologias relacionada ao aproveitamento da energia cinética da água. Mas para todos os efeitos o primeiro mecanismo que pode ser considerado antecessor da turbina hidráulica atual: a roda d’água com paletas abertas ou externas a roda. A instalação da mesma era feita de modo que a água que passasse por baixo da roda a movimentasse.

O antepassado da atual turbina a vapor surge no ano 60 d.C. com a invenção do herói que nada mais era que um brinquedo composto por uma câmara com água a ser vaporizada, dois tubos de ascendência de vapor perpendiculares a superfície da câmara, um pivot que sustenta uma esfera giratória e outros dois tubos presos a esfera em forma de curva de 90º por onde sai o vapor que vai à esfera.

Entre os séculos X e XI os moinhos de vento estavam em grande uso e podem ser considerados como antecessores das turbinas eólicas que existem atualmente. Eles eram usado para elevar água, moagem de grãos entre outras aplicações.

Por volta de 1500 foi desenvolvida a roda d’água em que a água movimentava a roda vinda de cima e as paletas eram internas à roda formando cavidades para que a água se depositasse e empurrasse a roda. E também, Leonardo da Vince cria a chimney jack uma espécie de sistema de tiragem para fornos onde o ar quente que subia da chama movimentava um rotor preso a um eixo que era conectado a um sistema de engrenagens que girava um outro eixo, próximo a chama, onde esta espetado algum animal assando o por completo e sem precisar que alguém o ficasse virando toda hora. Cinquenta anos depois (1550) J. Besson descreve a primeira turbina axial de reação com pás de madeira.

Pouco tempo depois, ainda no século XVI, é criado um modelo de turbina hidráulica em que são agregadas características dos dois modelos de turbina anteriores, no caso as cavidases na roda permaneceram mas, posicionadas de tal modo que o passar da água por baixo da roda também a movimenta. Por volta de 1629 Giovanni Branca usou jatos de vapor para rodar uma turbina que girava uma máquina receptora que era uma espécie de moedor de grãos.

Em 1678 Ferdinand Verbeist idealizou uma espécie de carruagem que usava a força de jatos de vapor para se mover. Já em 1687 Newton tentou fazer um carro movido a vapor pressurizado onde o fluxo de vapor ejetado na direção oposta a do movimento moveria o carro quando o dispositivo fosse acionado mas infelizmente o vapor não tinha força o suficiente para conseguir mover o carro de newton.

Em 1730 Bernouilli despois de muitos estudos realizados consegue publicar os cálculos necessários para saber a força exercida por um jato de água. J.A. Segner idealiza a primeira máquina fazendo uso do jato d’água vinte anos depois.

Chegando em 1760 ano que inicia a década do estouro da Revolução Industrial na Inglaterra que nos traz a base de quase todas as outras turbinas, o motor a vapor. Esse motor é uma máquina térmica regida pelos enunciados e princípios da termodinâmica. Ele aproveitava a energia calorífica da alta pressão e da alta temperatura do vapor, que era obtida pela queima de carvão, para produzir trabalho.

Nas turbinas a vapor desse período o vapor era conduzido por tubos até a turbina, lá o nosso fluido de trabalho se expandia perdendo temperatura e energia que se torna energia mecânica exercida sobre um êmbolo ou sobre as paletas da própria turbina fazendo-a girar.

Assim nesse período de lançamento do motor a vapor existiam dois tipos básicos de turbinas a vapor: De condensação, onde há sistema fechado de geração de energia. Neste, o vapor tanto atravessa a turbina fazendo-a girar como também, ao ser condensado, gera uma zona de baixa pressão no difusor de saída da turbina aumentando o giro e realimentando a caldeira com o agente para novo ciclo; e de contra-pressão onde o fato do vapor não passar por um condensador ao sair da turbina, ocasiona a perda de potencia da turbina. Ele deixa a turbina ainda com certa pressão e temperatura e pode ser aproveitado em outras etapas de uma planta de processo químico possibilitando a cogeração de energia. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_a_vapor)

A invenção da turbina a vapor é atribuída a dois engenheiros: ao britânico Charles Parsons (1854-1931) e ao sueco Gustaf de Laval (1845-1913), o primeiro construiu a primeira turbina a vapor de reacçãoe o segundo construiu a primeira turbina a vapor de impulso. (http://wikienergia.pt/~edp/index.php?title=Turbina)

Em 1791 John Barber patenteou a primeira turbina a gás. E ela tinha basicamente os mesmos elementos que tem as turbinas a gás atuais. Em 1824 Burdin apresenta à Academia de Paris projetos de turbinas de ação e reação, e propõe pela primeira vez o nome turbina. Três anos depois Fourneyron inventa a primeira máquina hidráulica praticamente utilizável. Quase dez anos depois J. V. Poncelet publica um trabalho e propõe uma roda d’água preculsora da turbina de fluxo cruzado. No ano seguinte,1842, é feita a turbina hidráulica para grandes quedas e vazões reduzidas.( http://www.gforum.tv/board/876/184081/tipos-de-turbinas-hidraulicas.html)

 Em 1843 Fontaine construiu a turbina para saltos constantes e vazões variáveis, trabalhando a livre admissão.  Oito anos depois Girard aperfeiçoou a turbina Fontaine , regulando consecutivamente as células, assegurando sua regulação e construindo a turbina parcial com queda a mais constante possível. Nove anos depois Haenel, Knop e Lehmann, constróem a turbina Girard em forma de turbina limite para vazões e alturas variáveis.

Em 1872 Dr F. Stolze construiu a primeira turbina de gás propriamente dita. O nome da turbina está relacionado ao fluido de trabalho que é uma mistura de gases de combustão com ar, logo os queimadores de uma turbina a gás podem ser a gás ou qualquer outro combustível líquido. Seu funcionamento segue o ciclo termodinâmico de Brayton e ela opera com pressão atmosférica (Ciclo aberto).  Atualmente são compostas por três partes principais: turbina, câmara de combustão e compressor (geralmente com 17 ou 18 estrágios).

 Em 1894 Charles Parsons teve  idéia de colovar uma turbina a vapor em um navio. A partir de então começaram a se establesecer alguns conceitos de propulsão e novas idéias a respeito disso. Ægidius Elling construiu a primeira turbina a gás com mais potência que o necessário para movimentar os componentes da própria turbina em 1903.

Em 1930 Frank Whittle desenhou a turbina de propulsão a jato e o priêiro Êxito com seu equipamento foi em abril de 1937. Em 1931 Escher Wyss constrói a primeira turbina reversível axial ( Bomba – Turbina ) enquanto que a Voith constrói a primeira turbina reversível tipo Francis, cinco anos depois Escher Wyss constrói as primeiras turbinas bulbo. (http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/en/Gas_turbine http://www.gforum.tv/board/876/184081/tipos-de-turbinas-hidraulicas.html)

A história das turbinas aeronáuticas começa basicamente em 1930 quando Frank Whittle lançou um modelo de turbina capaz de mover um avião do chão, seu potente invento foi testado com êxito no British Gloster G.40. Von Ohain fez a mesma coisa em 1937 na Alemanha com um compressor axial na turbina que é melhor que o centrífugo usado pela Inglaterra. A turbina foi testada em dois modelos da força aérea alemã: HE 178 e ME 262. E por volta de 1942 os norte-americanos lançaram seu modelo de turbina, também com compressor axial mas com queimadores nas turbinas também.  Hoje são aplicadas basicamente turbinas a gás para essa função mas com algumas adaptações.

Somente entre as décadas de 1970 e 1980 a energia eólica começou a ganhar impulso por meio de instituições como Instituto de Energia Eólica Alemão (DEWI) que começam a investir em tecnologias e otimização das turbinas eólicas.

Desde 1998 os tipos de turbinas hidráulicas usadas mundialmente e fabricadas são: A turbina Turgo; A Turbina Pelton; A turbina de fluxo cruzado; A turbina Francis ; A turbina Axial; A turbina sifão; A turbina S; A turbina Bulbo; A bomba centrífuga funcionando como turbina; A turbina de águas correntes. (http://www.gforum.tv/board/876/184081/tipos-de-turbinas-hidraulicas.html) Em 2009 a Siemens, em parceria com a norueguesa StatoilHydro, instala a primeira turbina eólica flutuante de larga escala do mundo.

3.0 Aplicação das turbinas

Turbinas a Vapor: Esse tipo de turbina tem a capacidade de transformar energia térmica em energia mecânica. Assim elas podem ser aproveitadas para geração de energia e movimentar equipamentos como bombas ou compressores no ambiente industrial, embora geralmente tenham grande porte. O vapor que sai dessa turbina ainda pode ser aproveitado para cogeração de energia no caso o vapor que sai dela pode ser direcionado a equipamentos de menor porte ou mesmo usado para aquecer produtos do processo.

Turbinas a gás: essas turbinas succionam o ar da atmosfera, aquece ele ao ser passado por um compressor de, geralmente 17 estágios, e vão a uma câmara de combustão onde se mistura com gases de combustão e é mais aquecido ainda movimentando a turbina propriamente dita. Seu uso mais comum no dia de hoje, devido a sua alta densidade de potência, á em aeronaves e para acionar diversos outros tipos de máquinas movidas por eixo, tais como: navios, ônibus, helicópteros, locomotivas, tanques de guerra. No âmbito industrial podem ser usadas para fazer outros equipamentos funcionarem (bombas, compressores). E também podem ser usadas para geração de energia elétrica.

Turbinas Hidráulicas: Essas turbinas se utilizam da energia potencial da água represada nas barragens das hidrelétricas para ser convertida em energia cinética. Elas ficam acopladas a geradores que são acionados com a rotação da turbina produzindo assim energia elétrica. Elas são de grande aplicação em usinas geradoras de energia, basicamente hidrelétricas. Não devem ser aplicadas ao ambiente industrial não só pelo seu alto custo, pela ampla área necessária, pela necessidade de maior controle, do fato da produção de energia poder sofrer alterações devido a baixa vazão do rio represado entre outros fatores.

Turbinas eólicas: as eólicas são usadas mais pra geração de energia elétrica, elas aproveitam a energia dos ventos, canalizam essa energia que é direcionada a uma turbina que fica no núcleo de uma voluta, transformando assim a energia cinética do ar em elétrica. Fora das usinas produtoras de energia que usam a energia eólica essas turbinas não tem aplicação industrial pois dependem de série de condições como local com vento forte e constante e unidirecional entre outros. Logo este não é o meio de acionamento ou de obtensão de energia mais seguro e confiável para a indústria.

Turbinas aeronáuticas: Empregadas na propulsão de aviões devido a caracteristica de alta densidade de potencia. Atualmente elas correspondem a turbinas a gás mas no surgimento dos aviões com motor os projetos desse tipo de turbina e a turbina a gás guardavam alguma diferenças entre sí como já foi mostrado anteriormente.
4.0 Comparativo de Eficiência
As turbinas a gás possuem um porte intermediário comparada aos outros tipos de turbinas onde uma de suas desvantagens é o elevado consumo de combustível e a necessidade de que o mesmo não seja muito poluente. Sua grande vantagem é sua alta geração de potencia que é muito elevada se comparada a outro tipo de turbina.
As turbinas eólicas possuem grande porte, não podem ser instaladas em qualquer área devido a necessidade de vento forte e constante, sua potencia é baixa comparado a outras turbinas. Sua vantagem é dispensar o uso de combustíveis por aproveitar a energia cinética do ar, tornando-se uma turbina mais ecologicamente correta.
As turbinas aeronáuticas em geral apresentam as mesmas propriedades das turbinas a gás só que a geração de potencia a depender da turbina é maior do que nas turbinas a gás convencionais. As turbinas aeronáuticas antigas tinham potencia bem menor do que as atuais por possuirem apenas rotor e caminhos para a passagem do ar e com um alto consumo de combustível.
As turbinas hidráulicas são de grande porte, dependem do armazenamento de água para o seu funcionamento , podem gerar potencia relativamente altas a depender do seu tamanho, elas não utilizam combustível.
As turbinas a vapor tem um porte exageradamente grande, dependem da geração de vapor de alguma caldeira ou outro equipamento que produza vapor. Sua potencia é mediana comparando-a com as demais turbinas e uma outra vantagem é o vapor geralmente ser aproveitado para co-geração de energia na industria.
Turbinas
Potência
Porte
Desvantagens
Vantagens
À Gás
Alta
Médio
Exige considerável combustível
Ótima potência
Eólicas
Pequena
Muito Grande
Dependente de ventos fortes e constantes
Capaz de aproveitar um fenômeno natural
Aeronáutica
Muito Alta
Grande
Exige muito combustível
Potência necessária para gerar grandes propulsões
Hidráulicas
Alta
Grande
Dependente de águas represadas
Capaz de gerar muita energia
À Vapor
Média
Muito Grande
Dependente de vapor
Capaz de reutilizar vapores no processo

5.0 Conclusão

Após analisar o histórico e características e aplicabilidade das turbinas pode-se perceber que ao longo de 4000 anos de desenvolvimento das turbinas, muitas pessoas dedicaram anos de sua vida com os estudos para desenvolver e aprimorar esses equipamentos de tão larga escala de uso atual. Percebe-se também que o tipo de turbina a ser utilizada em um processo é muito relativo devido as especifidades que cada tipo de turbina e processos apresentam, onde essa escolha é feita através de uma tabela de comparação de eficiência para a finalidade a qual a turbina será designada.

6.0 Referências bibliográficas

 
 

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